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(09/06) Junho Violeta alerta para doença que prejudica a visão

Araçatuba, 09/06/2023 – O ato de coçar ou esfregar os olhos é extremamente comum, e quase automático para um grande número de pessoas. Entretanto, esta ação pode levar ao desenvolvimento de ceratocone, uma distrofia progressiva da córnea, que, segundo estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), afeta 150 mil novas pessoas por ano no Brasil. Devido à grande incidência, neste mês ocorre a campanha Junho Violeta, que tem o apoio da entidade e também do Hospital do Olho (HO) Araçatuba (SP).

 

O ceratocone é um distúrbio ocular progressivo com surgimento mais comum na adolescência, entre os 13 e os 18 anos, e progride por aproximadamente 6 a 8 anos; podendo ou não se estabilizar após esse período. Na maioria dos casos atinge ambos os olhos, de forma assimétrica. O ceratocone leva ao afinamento e aumento da curvatura da córnea – camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular – fazendo com que ela deixe de ser esférica e adquira formato de cone. “O ceratocone pode estar ligado a fatores genéticos, com história familiar positiva em 6 a 8% dos casos, mas o hábito de coçar os olhos pode levar ao desenvolvimento da doença, pois provoca estresse no tecido da córnea, tornando-a mais maléavel, afetando assim a sua espessura e o seu formato”, explica o oftalmologista Heitor de Heitor Duarte, do HO.

 

Os sintomas do ceratocone são visão borrada, embaçada e distorcida, tanto de perto quanto de longe. O paciente também pode apresentar fotofobia (sensibilidade à luz), piora da visão noturna e diplopia (visão dupla).

 

Segundo o especialista, essa irregularidade da córnea também pode levar a um aumento rápido da miopia e astigmatismo. “O diagnóstico é feito por meio de exame oftalmológico completo e de exames complementares específicos. É importante detectar o ceratocone ainda em seu estágio inicial, sendo essencial consultas oftalmológicas regulares e exames preventivos. Por ter caráter progressiva, enquanto não tratada, a doença pode continuar a alterar o formato da córnea, principalmente em jovens”, diz Duarte.

 

Ainda, de acordo com o oftalmologista, não esfregar os olhos é, sem dúvida, a principal orientação para não prejudicar a saúde de seus olhos e prevenir o aparecimento do ceratocone. “Por ser uma doença bastante associada à infância e juventude, é imprescindível que pais ou responsáveis estejam atentos e, em caso de piora da visão, aumento progressivo e rápido do grau dos óculos ou hábito recorrente de coçar os olhos, procurem um oftalmologista, pois é ele quem realizará a investigação necessária e indicará o tratamento adequado.”

 

Prevenção e tratamento

 

É possível controlar a evolução da doença nas pessoas geneticamente predispostas, tratando o hábito de coçar os olhos, controlando outros tipos de alergias como rinite e alergias dermatológicas, por exemplo, que podem estar associadas à alergia ocular. É importante, também, avaliar as condições de adaptação e higiene das lentes de contato, se for o caso.

 

Sobre o tratamento, Duarte informa que ele pode variar conforme o estágio da doença. “No início, a visão pode ser corrigida apenas com o uso de óculos. Quando os óculos já não proporcionam boa visão, o uso de lentes de contato específicas para ceratocone ou o implante de anel intracorneano são as próximas opções de tratamento. Nos casos onde há progressão do ceratocone é indicado a realização do procedimento conhecido como crosslinking. No processo, o uso de colírio de vitamina B2, associado à luz UVA emitida por uma fonte aumenta a ligação das fibras de colágeno da córnea, o que fortalece a estrutura corneana, evitando a progressão da doença. Nos estágios mais avançados, o tratamento baseia-se no transplante de córnea “, enumera o especialista.

 

Manter uma rotina de consultas ao oftalmologista é importante na prevenção dessa e de outras doenças que afetam a visão. “O indicado é realizar uma consulta oftalmológica pelo menos uma vez ao ano. Pacientes com alergia ocular ou que coçam os olhos frequentemente, que possuam histórico familiar de ceratocone, embaçamento visual que não melhora com uso de óculos e que apresentem um aumento progressivo do grau, principalmente do astigmatismo, devem procurar seu oftalmologista para fazer um exame mais detalhado”, finaliza Duarte.

 

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) também chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce para controlar a progressão da doença e preservar a acuidade visual.


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