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(05/10) Mercado da arquitetura muda durante a pandemia
As transformações impostas pela pandemia da Covid-19 foram e continuam sendo inúmeras. Quarentena, insegurança, angústia, cansaço, aumento da desigualdade e problemas relativos tanto à saúde física quanto mental. A crise sanitária mudou o cotidiano das pessoas, fazendo com que os comportamentos e espaços fossem repensados, o que inclui atividades e ambientes de trabalho e residência. A arquitetura tem papel relevante neste contexto.

No Dia Mundial da Arquitetura, comemorado em 5 de outubro, a AEAN (Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Alta Noroeste) e o CREA-SP (Conselho Regional dos Engenheiros e Arquitetos do Estado de São Paulo) convidam os profissionais a promover ações que reduzam o impacto da Covid-19 na vida das pessoas. E também que apliquem o conhecimento e o poder da arquitetura e do planejamento urbano no esforço mundial contra as mudanças climáticas.

De acordo com Pedro Petenati, diretor da AEAN, este esforço envolve desde a escolha dos materiais mais adequados até a definição dos usos das residências, dos edifícios e dos espaços urbanos. Tratam-se de mudanças que vão além da tecnologia, sendo transformações culturais, que têm nos arquitetos e urbanistas os seus principais protagonistas

“Assim, a arquitetura é muito importante na vida das pessoas, tanto no fator de ocupação dos espaços quanto no aspecto estético das obras. Presente em todos os lugares na vida das pessoas – em casa, na rua, no trabalho e no lazer –, ela se traduz em conforto, aconchego, beleza e qualidade de vida”, comenta Petenati.

Casa pós-pandemia

Especificamente em relação à pandemia, na prática, o mercado trata atualmente de hall adaptado, espaço para home office, cozinhas mais amplas e áreas para atividades físicas, entre outras situações. 

O hall agora pode contar com área de desinfecção de calçados, roupas e mãos. Para revestimentos, ganharam espaço painéis de madeiras, porcelanatos, e materiais que não tenham presença de juntas e acumulem poeira. Já para os tapetes, almofadas e sofás agora é comum que possuam um tecido com tecnologia antiviral. Na parede, ganchos e prateleiras para o suporte de roupas, chaves, bolsas e as máscaras de proteção. E para o álcool em gel, alguns arquitetos já embutem suportes na parede.

O home office é um caminho sem volta. Com a percepção da necessidade de ter um ambiente pensado para suprir as atividades do trabalho, a demanda por projetos de home office aumentaram significativamente. Portanto, o ambiente precisa ser funcional e confortável. E isso pode ser conseguido por exemplo com uma boa ventilação, móveis ergonômicos, uma mesa grande para a organização de itens, luz natural e uma área inspiradora para descansar os olhos e a mente. 

Sem poder frequentar restaurantes, as pessoas agora passam mais tempo na cozinha, que precisam ser amplas, com conceito aberto (integração entre cozinha e sala), tendo em vista que contribui para a socialização dos moradores e melhor ventilação.

Com o aumento da ansiedade, a atividade física se tornou um dos principais fatores para o aumento da qualidade de vida. Com a necessidade de conseguir manter uma rotina, mas sem a possibilidade de se deslocar à uma academia; ter um espaço amplo, adequado e ventilado, se tornou fundamental nos projetos.

Sustentabilidade

As mudanças climáticas também estão na pauta do dia. Dados da União Internacional dos Arquitetos (UIA) indicam que as áreas urbanas do mundo são responsáveis por mais de 70% do consumo global de energia e de emissões de CO2, maioritariamente provenientes de edifícios. Durante as próximas duas décadas, estima-se que uma área aproximadamente igual a 60% da totalidade do parque edificado mundial será construída e reconstruída em áreas urbanas de todo o mundo. Isto proporciona uma inédita oportunidade para reduzir as emissões de CO2 de combustíveis fósseis, por meio do reajustamento do setor mundial da construção a uma trajetória de eliminação gradual das emissões de CO2 até 2050.

“Em um mundo que precisa de inovação e criatividade na busca por soluções mais sustentáveis e que respeitem o meio ambiente, a função do arquiteto e urbanista na sociedade deve ser promovida, valorizada e também celebrada. Mais do que nunca, a sociedade precisa desses profissionais para encontrar novas maneiras de viver e de se relacionar com o mundo à sua volta”, afirma o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro.

Atualização constante

A arquitetura oferece um leque diversificado de atuação. O arquiteto tem muitas opções a fim de se lançar no mercado. Os segmentos vão desde os mais conhecidos, como a realização de projetos arquitetônicos para a construção de alguma edificação, até ramos menos conhecidos, como a arquitetura cenográfica. A atualização constante é primordial para quem deseja se destacar, se posicionando em meio à concorrência.

Outro ponto essencial é aprender a fazer uso de todas as tecnologias disponíveis. Além disso, para crescer profissionalmente é fundamental ter domínio das normas de edificações e dos novos materiais que surgem constantemente no mercado de arquitetura, bem como acompanhar as tendências internacionais e nacionais.

Data e censo

O Dia Mundial da Arquitetura é comemorado duas vezes ao ano do Brasil. A primeira segunda-feira de outubro foi escolhida por também ser o Dia Mundial do Habitat. Já a data de 1º de julho foi escolhida para lembrar a fundação da UIA (União Internacional de Arquitetos), que ocorreu neste dia, em 1949.

No Brasil existem mais de 150 mil arquitetos e urbanistas, de acordo com os mais recentes dados Sistema de Informação do CAU/BR. Mais da metade (cerca de 58 mil) atua na região Sudeste. Um dos principais indicativos da arquitetura foi a ascendência feminina, que já ultrapassa os 60% entre arquitetos e urbanistas até 40 anos. O número de profissionais pós-graduados também teve um bom crescimento, revelando que a demanda por especializações está se tornando rotina na profissão. Conforme informações da entidade classista, o Brasil contava com 154.264 arquitetos e urbanistas ativos, sendo que 27% desse total tinha até 30 anos; 60%, menos de 40 anos; 62,6% eram de mulheres; e 37,4%, homens.

Ainda de acordo com o censo, aproximadamente um terço dos arquitetos trabalha com concepção de projetos. Embora essa seja a principal atividade, o campo de atuação é bem variado. Algumas atividades, como paisagismo, planejamento urbano, interiores, patrimônio histórico, pesquisa e ensino, vêm conquistando profissionais. Além de um amplo mercado, mais da metade dos arquitetos e urbanistas trabalham por conta própria — sendo 34% autônomos e 20% donos de empresas e escritórios de arquitetura.

“Cada vez mais as pessoas estão valorizando o trabalho do arquiteto, pois ele tem a sensibilidade de transformar e criar espaços. O trabalho do arquiteto é um desafio, porque ele tem a responsabilidade de ouvir o seu cliente, com seus desejos e sonhos e transformá-los em realidade”, conclui Petenati.
 

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