(15/08) Alerta da ONU estimula empresas a reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera
O aquecimento global está ocorrendo de forma mais acelerada do que se imaginava, concluiu o novo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) publicado nesta semana. De acordo com a análise, as concentrações de gás carbônico na atmosfera foram maiores em 2019 do que em qualquer outro período dos últimos dois milhões de anos. O resultado acelera a busca por empresas em se adequar nos padrões sustentáveis, principalmente no controle de emissão de gases na atmosfera.
De acordo com o consultor corporativo Carlos Farias, dentre as inúmeras soluções que visam levar a humanidade ao caminho da sustentabilidade, como a reciclagem e redução da produção de lixo, o plantio expressivo de árvores, a diminuição significativa do consumo de combustíveis fósseis, o uso da tecnologia merece destaque. “Toda empresa precisa se alinhar às causas climáticas, principalmente no que se refere a emissão de gases que potencializam o efeito estufa. E a tecnologia vem para ofertar facilidade e praticidade aos empresários”, comenta Farias.
Várias empresas, em diferentes países, estão oferecendo maneiras de medir a “pegada de carbono” (medida que calcula a emissão de carbono equivalente emitida na atmosfera por uma pessoa, atividade, evento, empresa, organização ou governo). Nos Estados Unidos, a SINAI Tecnologies foi criada em 2017 justamente para fornecer às organizações ferramentas necessárias para construir estratégias de descarbonização profundas.
Sediada em São Francisco, a startup automatiza a análise de carbono e a elaboração de relatórios para toda a sua operação, transformando a forma como os parceiros interagem os seus negócios com o meio ambiente. A companhia tem entre seus clientes empresas como ArcelorMittal, Siemens e BRK Ambiental, entre outras.
Na prática
A cofundadora e CEO da SINAI, Maria Fujihara, explica que um software foi desenvolvido para medir, precificar, avaliar riscos e sugerir soluções utilizando parâmetros científicos. “Desenvolvemos a primeira plataforma de software de descarbonização abrangente do planeta para ajudar empresas a medir, analisar preços e realmente reduzir as emissões, incluindo a definição das soluções mais econômicas”, diz Maria. A plataforma fornece cálculos de inventários de carbono, projeções, recomendações sobre como reduzir as emissões e quanto custarão as opções de mitigação, definição do preço do carbono, e alinhamento interno da empresa com políticas externas de nações em todo o mundo.
No Brasil, a SINAI acaba de firmar parceria com a C. Farias Consultoria & Novos Negócios, de Araçatuba (SP), para orientar e acelerar os esforços das corporações para descarbonizar e adotar as soluções de mitigação mais viáveis para atender às metas do Acordo de Paris 2020. Segundo Farias, é preciso levar em conta ainda o regime hídrico no Brasil, que atualmente enfrenta um cenário crítico. “A estiagem é um impacto das mudanças climáticas que vem provocando graves problemas para além da geração hidrelétrica, maior fonte de energia nacional, uma vez que a gestão dos reservatórios do SIN (Sistema Integrado Nacional) impacta nos usos múltiplos da água, como no consumo humano e animal, na agricultura e nos diversos setores produtivos”, diz o consultor.
Para Farias, estes problemas tendem a se agravar nos próximos anos, pois mesmo que diminuam as emissões globais de gases do efeito estufa, a temperatura do planeta continuará aumentando por algumas décadas, devido à alta concentração atual desses gases na atmosfera. “É neste panorama que a plataforma de descarbonização oferece agilidade, precisão das informações e vantagem competitiva, com a mitigação de impactos”, conclui Farias.
Da complexidade à solução
Em recente entrevista à Forbes, Maria Fujihara analisou que devido à complexidade de calcular os riscos e oportunidades da transição para uma economia de baixo carbono (por exemplo, mudanças nas políticas, impactos na reputação, mudanças nas preferências do mercado, normas e tecnologia), muitas empresas simplesmente não estão fazendo tomando as devidas providências em relação ao assunto.
“Esse processo inclui coletar, calcular e reportar os dados para, em seguida, descobrir como tomar as melhores decisões para reduzir seu impacto com base no orçamento e na tecnologia disponíveis. Devido à dificuldade e ao grande tempo que isso leva, algumas empresas simplesmente não estão implementando essa prática, o que significa que também não estão levando em conta os riscos dessa má decisão na gestão. Entre os que estão tentando aderir, grande parte acha muito complicado em função da mistura de sistemas legados. Além disso, ainda estão focados em um conjunto muito restrito de riscos em comparação com o cenário geral”, afirmou.
Carlos Farias compartilha do pensamento de Fujihara, para quem a maioria das empresas ainda usa planilhas, ferramentas colaborativas, e-mail e outros recursos de fluxo de trabalho – ou uma mistura de tudo isso – mas sem a eficácia necessária. A plataforma de descarbonização simplifica o processo com recursos completos na nuvem onde são coletados e compartilhados todos os dados em um só lugar.
“O que estamos propondo através da SINAI é a utilização de um software eficaz, a preço justo, com o qual as empresas sejam capazes de monitorar a descarbonização e informá-la aos investidores, agências reguladoras e público em geral de forma contínua. Nenhuma outra plataforma faz isso atualmente”, finaliza Farias.