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(22/06) Mulheres ganham cada vez mais espaço na engenharia
A participação das mulheres na engenharia, área tradicional e majoritariamente ocupado por homens, vem aumentando ao longo do tempo. A Relação Anual de Informações Sociais do Ministério da Economia, de 2018, revela que, no conjunto das engenharias, há cerca de 40 mil mulheres engenheiras no Brasil. E dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) registram crescimento de 42% no número de engenheiras registradas anualmente no órgão entre 2016 e 2018. Entretanto, no cenário total, a participação feminina entre os profissionais ativos na área é de apenas 15%.

Na AEAN (Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Alta Noroeste) o índice é maior, sendo as mulheres pouco mais de 18% dos associados. Duas delas fazem parte da diretoria da entidade. A engenheira Gisele Sartori Bracale é 1ª vice-presidente (tendo sido a primeira presidente da AEAN de 2013 a 2018), e Adriana Aparecida Coelho Zavanelli, 1ª diretora social. No Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, as profissionais relatam que ainda existem desafios, mas também conquistas importantes.

Problemas e soluções

Quando Gisele entrou na faculdade de engenharia, em 1979, na turma de 80 alunos havia apenas quatro mulheres. “Hoje, este número já é bem maior e sei que aumenta a cada ano. É um crescimento lento, mas contínuo. A mulher está se dando conta de que ela pode ser e fazer o que quiser”, comenta. Para ela, o maior desafio da mulher na engenharia é ter que se impor sempre. “Temos que nos preparar e acreditar em nós mesmas – embora isso seja válido pra todo mundo, seja mulher ou homem –, e isto não é fácil, pois bate uma insegurança. É imprescindível se manter atualizada, estudar sempre porque quando estamos preparadas temos mais confiança”.

A vice-presidente da AEAN diz ainda que valorizar as profissionais engenheiras é dever de todos que fazem parte do grande mercado das engenharias. A dica da engenheira é estudo e atualização constante. “As mulheres que querem fazer engenharia devem ter em mente que a atividade diz respeito a pensar, estudar, projetar, executar e criar soluções para um problema. Tem que gostar de estudar e se atualizar constantemente.  Me formei em dezembro de 1983, mas em julho de 1983 já comecei a estagiar em uma empresa de cálculo estrutural, e até hoje trabalho nesta área. Gosto muito de estudar, ler, e com essa pandemia os cursos se tornaram on line, sendo em grande parte gratuitos. Tenho assistido pelo menos duas lives por semana. Adquirir conhecimento é maravilhoso”, conclui.

Adriana também destaca o papel da mulher na engenharia, a importância da representatividade feminina e sobre como a mulher engenheira é vista no mercado predominantemente masculino. “As mulheres têm construído um legado muito rico na engenharia. Hoje, elas ocupam 50% das cadeiras das universidades. São as filhas daquelas mulheres que enfrentaram os ‘pré-conceitos’ de um sistema que se acreditava inalterável. São as filhas de mulheres fortes que as ensinaram que podem fazer o que quiserem. As engenheiras já ocupam um grande espaço, e têm capacidade para muito mais, na medida em que o empoderamento feminino conquista o respeito do mundo corporativo”, destaca Adriana.

De acordo com a engenheira, um dos principais desafios para a mulher nessa área é ser vista e reconhecida pela sua capacidade e não pela aparência. “Ainda existe uma associação equivocada entre capacidade profissional e fragilidade feminina. Está errado, pois esta área do conhecimento não tem sexo, não pertence a um gênero específico. No que diz respeito à mulher engenheira, entendo que a percepção feminina traz uma enorme contribuição à engenharia, que não pode ficar restrita somente ao mundo técnico. A engenharia foi criada para construir uma sociedade melhor, a dos grandes centros e também a das periferias. É preciso ter em mente que a engenharia deve ser levada onde ela é necessária, e não apenas onde ela ‘aparece’. E isso, a mulher entende e faz muito bem”, finaliza.

CREA-SP, AEAN e data

Para o presidente do CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo), engenheiro de telecomunicações Vinicius Marchese Marinelli, que esteve em Araçatuba no último sábado (19), a mulher engenheira agrega competências, como profissionalismo, conciliação, trabalho em equipe, dedicação aos detalhes, e tem que ser valorizada por isso. “As engenheiras ocupam lugares relevantes no mercado, conquistados à base de muito trabalho e empenho. Para isso, elas sabem que é preciso estar em atualização constante com o mercado, com novas técnicas e aliadas à sustentabilidade para enfrentar os desafios e avançar cada vez mais com representatividade no setor. Todas as mulheres engenheiras merecem o nosso respeito e estão de parabéns”, celebra Marinelli.

Criado pela Women’s Engineering Society (WES) do Reino Unido, o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia é comemorado anualmente em 23 de junho. A data tem como objetivo fortalecer o espaço que as engenheiras vêm ganhando na profissão. A notoriedade se deve, sobretudo, à luta pela igualdade de gêneros e expansão do sistema educacional demarcada a partir da década de 1970, quando as reivindicações políticas se consolidaram possibilitando a elas buscar o seu lugar no mercado de trabalho.

Fundada em 1965, a AEAN surgiu com o objetivo de integrar os profissionais que trabalhavam na área de engenharia e de arquitetura de toda a região administrativa de Araçatuba. Com a abertura de entidades semelhantes em outros municípios, a AEAN abrange atualmente as cidades de Araçatuba, Bento de Abreu, Guararapes, Rubiácea, Santo Antônio do Aracanguá e Valparaíso. Na prática, a associação atua em favor das demandas dos seus associados junto às autoridades e outras entidades classistas, como o CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo). A associação também promove uma série de ações que completam a formação do profissional associado.

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