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(18/06) Energia solar em propriedades rurais cresce 120%

A potência instalada de energia solar no meio rural brasileiro mais que dobrou no primeiro semestre de 2020 em comparação com o mesmo período em 2019. É o que apontou um levantamento exclusivo realizado pelo Canal Solar. Nos primeiros seis meses do ano passado, a energia fotovoltaica em propriedades rurais atingiu 142 MW de potência, alta de 120% frente aos 63 MW de janeiro a junho do ano anterior. Os investimentos em energia solar nas propriedades rurais já passam de R$ 1,7 bilhão no Brasil. Os produtores rurais são responsáveis atualmente por 12% da potência instalada na geração distribuída fotovoltaica no país.


De acordo com a vice-presidente de GD (Geração Distribuída) da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Bárbara Rubim, um dos motivos para esse crescimento é a sinergia entre a fonte solar e campo. “Não só pela questão da possibilidade de economia na conta de luz, mas pela própria sinergia que existe. O produtor rural já está acostumado a utilizar o campo de forma mais eficiente, e enxerga que além de utilizar a terra para o plantio, ele pode utilizá-la para instalar um sistema fotovoltaico e gerar energia, potencializando o uso de sua propriedade”, explica Bárbara.

De acordo com o empresário araçatubense do setor, Francis Polo, a energia fotovoltaica pode ser utilizada por produtores rurais de diferentes formas, como irrigação de plantações, monitoramento e auxílio no processo produtivo, fonte de energia para cercas elétricas, bombeamento de água e refrigeração. O empreendedor afirma que esse movimento vai ao encontro de um grande potencial brasileiro, porém pouco explorado: a excelente incidência solar. “Mesmo nos estados mais ao Sul (portanto, mais distantes da linha do Equador, onde o sol é mais intenso), como o Paraná, o índice de incidência solar ainda é muito superior ao encontrado na Alemanha, por exemplo, país que lidera o uso da energia solar no planeta”, informa ele.

De acordo com análise elaborada recentemente por técnicos do Sistema FAESP/Senar (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), diversos fatores contribuem para um cenário favorável à adoção dessa tecnologia no campo, sendo um dos principais a conta de energia, que ficou mais cara. Além disso, a existência de novas linhas de crédito voltadas à atividade facilitou a adesão à tecnologia.

Araçatuba

O médico veterinário, professor universitário, produtor rural e empresário, José Fernando Garcia, de Araçatuba (SP), decidiu investir na energia fotovoltaica, pois seu negócio é um local de demonstração de tecnologias para o desenvolvimento da pecuária de precisão. “Fazemos uma produção intensiva usando as mais modernas tecnologias, com custos equilibrados e alta lucratividade, empregando conceitos de sustentabilidade econômica e ambiental, sem se esquecer do bem-estar animal”, afirma.

“O principal sistema tecnológico que possuímos é a irrigação subterrânea por micro gotejamento da pastagem para o gado, e um poço profundo, de 300 metros. São 100 km de mangueiras enterradas, com 200 mil pontos de gotejamento em uma área irrigada de 10 hectares (100 mil metros). Nessa área vamos manter 200 bezerros até sua terminação para o abate, que é de cerca de um ano”, conta Garcia. De acordo com ele, para o funcionamento desse sistema (poço e irrigação), é preciso energia elétrica para as bombas que funcionam a maior parte do dia, sete dias por semana. 

Garcia ressalta que antes da instalação gastava de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês com a conta de luz do local. “Agora são apenas R$ 60 reais. Além disso, o excedente de energia gerado é descontado da conta de luz de outros três imóveis de minha propriedade”, comenta. “Estou extremamente satisfeito! Além disso, usei os 250 metros de placas fotovoltaicas para cobrir um barracão na propriedade, economizando telhas e coberturas”, finaliza.

Plano Safra 2020-2021

A ampliação dos recursos da linha de financiamento Inovagro, do Plano Safra 2020-2021, impulsiona ainda mais o uso da energia solar fotovoltaica pelos produtores rurais no Brasil, conforme noticiado no Canal Solar. Ao todo, estão sendo destinados cerca de R$ 2 bilhões para projetos de inovação no campo, um aumento de 33,3% em relação ao período anterior.

Nos bancos, as soluções financeiras são cada vez mais atrativas, com as taxas mínimas de juros reduzidas a 0,74% a.m. e o prazo de parcelamento chegando a 96 meses, com 120 dias de carência para pagamento da primeira parcela. As facilidades do financiamento atendem empresas de todos os portes, além de pessoas físicas que planejam instalar o sistema em casa.

“O agronegócio sempre se preocupou em otimizar a sua produção, e a geração de energia fotovoltaica caminha exatamente nesta direção, não só por ir ao encontro da agenda de sustentabilidade do setor, mas também por ser comprovadamente viável do ponto de vista financeiro”, conclui Francis Polo.

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