(15/07) Responsabilidade social corporativa é colocada à prova na pandemia
A pandemia da Covid-19 acelerou um processo que há tempos estava em curso no mundo corporativo: a sustentabilidade. Ocorre que agora, definitivamente, as empresas têm que mostrar se estão de fato comprometidas com as práticas ambientais, sociais e de governança que fazem parte dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês).
De acordo com a CEO e fundadora da Gestão Kairós, consultoria especializada no assunto, Liliane Rocha, esta é a oportunidade para comprovar que os negócios realmente estão levando a sério seu papel dentro da sociedade. “Temos que ressaltar a questão da reputação das empresas, que, com certeza, a curto, médio e longo prazos, será impactada. A sociedade saberá de que forma cada uma se portou nesse momento”, afirma Liliane.
Neste contexto, a maneira como a responsabilidade social das marcas será trabalhada pode ser um divisor de águas entre as que vão se fortalecer com a crise e as que vão naufragar no oportunismo. A pandemia deve despertar valores antes ofuscados pela lógica de consumo. Nas últimas semanas, companhias precisaram rever seu posicionamento e agir para tentar suprir as necessidades do momento. Para aquelas que já têm a sustentabilidade no seu DNA a tarefa está sendo mais fácil. É o caso da Polo Engenharia Elétrica & Fotovoltaica, de Araçatuba (SP).
Criada há cinco anos, a empresa desenvolve e instala sistemas que convertem energia solar em elétrica – sendo que ela própria conta com essa solução na sua sede –, e desde o início de suas atividades, destina parte de seu orçamento a contribuições sociais. “Quando a pandemia foi declarada, ampliamos as nossas ações solidárias, o que não chegou a ser um problema, pois isso faz parte do nosso planejamento estratégico”, comenta Francis Polo, CEO da empresa.
Doações e contribuições
Nos últimos três meses, a Polo doou totens dispensadores de álcool em gel para uma série de entidades, como Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo, Pronto Socorro Municipal de Araçatuba, Unimed Araçatuba, OAB de Araçatuba, Polícia Militar de Umuarama, Hospital do Câncer de Umuarama (PR) – a empresa tem uma filial na cidade paranaense –, entre outras. Além disso, patrocinou ações solidárias de terceiros, como a Live do Bem, do cantor Téo Guerreiro, que teve parte da renda revertida ao Hospital Neurológico Ritinha Prates, também de Araçatuba.
Assim como a empresa de Araçatuba, uma infinidade de organizações pelo Brasil afora teve iniciativas semelhantes depois da pandemia da Covid-19. De forma geral, esses empresários compreenderam que o Brasil atravessa uma grave crise humanitária, e podem amenizar o sofrimento dos menos favorecidos com a doação de dinheiro, alimentos, materiais, equipamentos e serviços.
Para além da pandemia, a Polo fez diversos patrocínios a eventos beneficentes de clubes de serviço, tanto no Noroeste Paulista quanto na região Entre Rios do Paraná, assim como a doação de 2 toneladas de alimentos para entidades assistenciais de Castilho (SP). “Analisamos criteriosamente todas as solicitações de ajuda que chegam à empresa. Ao colaborarmos esperamos estar contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa por meio de ações que ajudem a melhorar o bem-estar da comunidade”, diz Francis.
Atitude cidadã
A atitude cidadã de empresas durante a pandemia tende a impactar de forma positiva a opinião do público-alvo sobre as marcas e o quanto estariam propensos a se tornarem clientes. É o que diz levantamento realizado recentemente pela Demanda Pesquisa Desenvolvimento e Marketing. Para Francis Polo, a lembrança da marca solidária por parte do consumidor ocorrerá de forma orgânica, natural para aquelas organizações que executarem ações verdadeiras e relevantes.
Uma empresa socialmente responsável está constantemente envolvida em ações sociais, o que não se deve confundir com assistencialismo, e sim com total comprometimento da instituição com sua função social. “Acredito que ao adotar medidas de responsabilidade social, o empresário reforça o seu compromisso com a sociedade e com os valores do seu negócio, gerando ainda mais credibilidade aos seus produtos e serviços”, finaliza o empresário.
