(31/05) Com saudade dos clientes, comerciantes estão ansiosos para reabrir as portas
Mais de 60 dias depois do início da quarentena no Estado de São Paulo, comerciantes de Araçatuba se prepara, para reabrir as portas, com restrição sanitária, a partir da próxima segunda-feira (1º). Juntamente com os lojistas, imobiliárias, escritórios, concessionárias, shoppings, bares e restaurantes e também os salões de beleza estão na lista de flexibilização, desde que respeitem normas de segurança sanitária, como a obrigatoriedade do uso de máscara, a manutenção do distanciamento social, a disponibilização de álcool em gel e a limpeza constante do ambiente.
Dono de um restaurante no Centro da cidade, o empresário Arnaldo Vieira Filho (Dindo) afirma que o período em que o local esteve fechado ao público trouxe como principal lição a importância cada vez maior do respeito ao próximo, seja ele cliente ou funcionário. “Internamente, nos esforçamos para manter a equipe coesa e continuar atendendo com o zelo de sempre. E deu certo. Tivemos respostas muito positivas dos clientes em relação à qualidade dos pratos pedidos”, comenta Dindo.
Ele também explica que aproveitou a fase para tomar outras providências, como melhorar as embalagens do delivery, fazer reparos na churrasqueira, para melhorar a eficiência do equipamento, e pintar o salão, já pensando no retorno dos clientes depois. “Também estamos higienizando de forma mais constante a nossa cozinha, deixando espaçamento de, no mínimo, 1,5 metro entre uma mesa e outra, e treinando o nosso pessoal para receber os clientes com todos os cuidados e a responsabilidade de sempre”, finaliza.
Experiência inédita
Gerente de uma loja de assistência técnica e acessórios para computadores e celulares, Fabiana Farias comenta que o período foi proveitoso para a empresa. “Apesar da queda no faturamento, foi uma experiência inédita e que trouxe bons frutos. Foi uma fase de reflexão e de afloramento de ideias incubadas. Acabamos colocando em prática o delivery, de forma definitiva, e passamos a ter um olhar mais atencioso para as mídias sociais”, explica Fabiana. Além disso, ela afirma que nos dois meses de portas fechadas percebeu que parte significativa dos clientes não abre mão do atendimento presencial. “Muita gente ainda não se acostumou com o delivery, pois prefere o atendimento olho no olho. Notando isso, providenciamos novidades em produtos e serviços, melhorando ainda mais a assistência técnica, que é uma marca registrada nossa. O fato é que estamos com saudade do nosso cliente e ansiosos para recebê-lo novamente, com atenção a todos os cuidados sanitários”, finaliza.
A empresária do setor de perfumaria Drika Marini conta que também aproveitou o momento para reestruturar a loja, e realizou pequenas reformas, como, por exemplo, na fachada. “Tive um retorno superpositivo, pois o ambiente ficou ainda mais aconchegante”, diz. Drika conta que usou as redes sociais para interagir com seus fregueses e chamar a atenção de novos clientes. “Eu já trabalhava com sistema delivery, e vi a situação como uma oportunidade de não ficar parada, e ainda melhorar um serviço que já oferecia. Deu muito certo”, diz. “As pessoas começaram a entrar em contato, e foi um prazer tirar todas as dúvidas e levar os produtos até elas, com toda a segurança necessária. Estou ansiosa para receber novamente os meus clientes, com muito cuidado, mas com a atenção de sempre”, finaliza.
Reforma e contratação
No sentido contrário de quem dispensou funcionários e reduziu gastos, o empresário do setor fotovoltaico Francis Polo aproveitou o momento para reestruturar a empresa, finalizando uma reforma e contratando profissionais. Ele intensificou os contatos e prospecções que vinham sendo feitos antes da quarentena, assim como como contatos estratégicos para colher os resultados na reabertura do escritório.
“Foi um momento complicado, mas tratamos como oportunidade para executar ações internas que estavam ‘na fila’. Agora, a nossa expectativa é que nos próximos dias a gente volte a fechar negócios com clientes que haviam nos procurado antes da quarentena”, diz Polo. E tudo com respeito às normas sanitárias. “Adquirimos máscaras, instalamos um toten de acionamento por pedal para a aplicação de álcool em gel, e também mediremos a temperatura antes da pessoa entrar no escritório. Todos têm que estar protegidos, tanto clientes quanto colaboradores”, conclui.
Para o empresário César Braga, dono de uma ótica em Araçatuba, a pandemia consolidou a quebra de paradigmas, que já estava em curso. “Já era uma tendência de que cada vez menos pessoas visitassem lojas físicas. Com a Covid-19 esse processo foi acelerado. É fato é que as vendas vão ocorrer com mais frequência por meio das plataformas digitais”, analisa Braga. Com isso em mente, ele fez reformas na loja, para despertar o interesse do público que ainda prefere o atendimento presencial, ao mesmo tempo em que passou a ser comercialmente mais agressivo nas redes sociais. “De forma geral, o comerciante tem que se adaptar ao ‘novo normal’, pensando em todos os seus públicos. É o que estamos fazendo na ótica. Fato é que daqui pra frente cada vez mais as compras serão feitas pelo celular e quem não respirar essa modernidade vai ficar pra trás. Enxergamos isso durante a quarentena e estamos nos adaptando”.