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(29/08) Cigarro: inimigo do coração
Esta quinta-feira (29) é Dia Nacional de Combate ao Fumo. O principal objetivo da data é reforçar ações que sensibilizem a sociedade sobre os prejuízos que o tabaco acarreta, seja socialmente, economicamente, ambientalmente e, principalmente, à saúde das pessoas.

Não bastassem os estragos aos pulmões e a estreita relação com o aparecimento de câncer, o tabagismo também figura entre os vilões quando o assunto é a saúde cardiovascular. O cigarro é um dos maiores agressores do endotélio, a parede de células que recobre os vasos sanguíneos. Essa ação interfere na produção de uma substância protetora conhecida como óxido nítrico, e faz como que as artérias fiquem mais vulneráveis ao acúmulo de gordura. Há também uma interferência no mecanismo de contração e relaxamento, o que resulta numa maior dificuldade para o sangue circular.

Pensa que acabou? O fumo acelera um processo conhecido como oxidação do colesterol, o que favorece a formação da placa de aterosclerose, que é estopim para o infarto. Sem contar o perigo que é a soma do tabaco com o uso da pílula anticoncepcional, no caso das mulheres. Não é exagero dizer que essa associação é uma espécie de bomba relógio. É que no caso feminino ainda pode ocorrer uma propensão ao acidente vascular cerebral (AVC), ou seja, o derrame.

O vício do cigarro é rápido e provoca dependência física tão grave quanto a heroína. O fumante entra num quadro de ansiedade crescente que só passa com uma tragada, uma vez que as crises de abstinência da nicotina se sucedem em intervalos de minutos.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo já matou mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. Esse número é superior à soma das mortes provocadas por HIV, pelos acidentes de trânsito, pelo consumo de álcool, cocaína, heroína e pelo suicídio, sendo responsável por um em cada dez óbitos em adultos. Só no Brasil, morrem cerca de 200 mil pessoas por ano em decorrência de doenças relacionadas ao tabaco.

Hoje, o tratamento do tabagismo apresenta média de 70% de êxito, com base em pacientes que atingem pelo menos três meses de abstinência. Considerado doença pela OMS, o fumo é considerado um problema de saúde pública no Brasil. A expectativa de vida de uma pessoa que fuma é 25% menor do que a de uma não fumante. Dentre os 25 problemas de saúde relacionados ao hábito de fumar, todos são causas de morte, como doenças cardiovasculares (43%); câncer (36%); doenças respiratórias (20%); outras (1%).

Antigo símbolo de status e liberdade a alma, o cigarro hoje é uma prisão mortal.

*Flávio Salatino é médico cardiologista

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