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(25/08) Quedas de juros impulsionam mercado imobiliário
Analistas do setor imobiliário afirmam que é hora de investir na casa própria. Com a inflação sob controle e os novos cortes nos juros básicos da economia (Selic), a taxa cobrada de quem busca o crédito imobiliário caminha a passos largos para o menor nível da história – o que pode ocorrer em 2020. Essa expectativa foi impulsionada pela maior concorrência entre os bancos e pela retomada dos financiamentos da Caixa Econômica Federal neste ano. O movimento já se reflete em alta de vendas e lançamentos.

A nova linha de financiamento da Caixa traz uma taxa de 4,95% do valor financiado, mais correção do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A porcentagem pode chegar a 2,95% do valor financiado para quem tem as melhores relações com o banco (ter conta no banco e apresentar baixo risco de inadimplência, por exemplo). Os valores serão corrigidos mensalmente, prestação a prestação, conforme o IPCA mais recente. Já a linha de financiamento praticada atualmente traz uma correção de TR (Taxa Referencial) mais 9,75% do valor financiado. Essa porcentagem pode cair até 8,5%, para clientes com boas relações com o banco.

Assim, o juro médio dos empréstimos para a compra da casa própria ficou em 7,73% ao ano, em junho, conforme dados do Banco Central (BC), que consideram financiamentos para Pessoas Físicas com recursos direcionados. É um nível parecido com o de fevereiro de 2013, o mais baixo da série (7,69%). Naquela época, porém, a Selic foi cortada para 7,25% ao ano, em um movimento considerado artificial. Agora, no entanto, o cenário é diferente, pois bancos e construtoras acreditam que um novo piso histórico nos juros do crédito imobiliário deverá ocorrer naturalmente, graças ao ajuste fiscal em curso no País, à inflação baixa e à tendência de novos cortes na taxa Selic, que atualmente está em 6% ao ano.

Análise local

Para o presidente do Sinduscon OESP (Sindicato das Indústrias da Construção Civil da Região Oeste do Estado de São Paulo) de Araçatuba, Aurélio Luiz de Oliveira Júnior, a medida estimulará a concorrência, trará dinheiro novo e abrirá caminho para que os custos para o crédito imobiliário diminuam. “O consumidor final vai poder pagar menos em prestações, pois a economia brasileira vai ter um mercado real em vez de um ‘mercado de apostas'”, diz.

O setor estima que a redução de cada ponto porcentual nos juros básicos represente desconto de 7% a 8% na parcela do financiamento, o que significa que ela passa a caber no bolso de mais consumidores. Para Reinaldo Roberto Dainese, empresário da construção civil e diretor do Sinduscon OESP, com a queda significativa da remuneração (juros) das aplicações financeiras, é certo que chegou a hora de usar os recursos para viabilizar o apartamento próprio ou realizar o upgrade. “O que tinha para ganhar em aplicações, já foi ganho, agora não pode perder o timing da otimização da compra”, diz.

Apesar do cenário positivo para o setor, a perspectiva de uma nova crise econômica internacional, que se desenha no horizonte, poderia fazer com que o Brasil voltasse a subir a taxa Selic e, por consequência, a taxa cobrada no financiamento imobiliário aumentasse. A situação entrou no radar nos últimos dias, após uma sinalização de juros de longo prazo mais baixos nos Estados Unidos, o agravamento da guerra comercial entre americanos e chineses e a previsão de menor crescimento mundial.

O diretor de Economia da Anefac (associação que reúne executivos de finanças), Roberto Vertamatti, estima que se o cenário de crise internacional se confirmar, ela pode se refletir no Brasil, levando a uma desvalorização do real ante o dólar e a uma resposta do Banco Central no aumento dos juros. Ele avalia que uma nova crise poderia ser particularmente ruim para o Brasil, em um momento em que o País começa a dar os primeiros sinais de recuperação. "A crise internacional poderia comprometer os resultados do PIB de 2020 e 2021."

Oliveira Júnior pondera que, embora possa haver mudança no cenário internacional, isso não deve ocorrer em menos de um ano. Ele estima que há uma janela para que os juros do financiamento fiquem ainda mais baixos. "É mesmo um bom momento para financiar. Na pior das hipóteses, o consumidor terá até o ano que vem para aproveitar as taxas."

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