(29/07) Sol, sustentabilidade e emprego
Via de regra, emprego é sinônimo de inclusão e de despreocupação com o futuro, pois é garantia de fonte de renda. Estar empregado proporciona segurança, em alguma medida. Já o desemprego, por sua vez, e sem dúvida, é um dos maiores medos sociais. É realmente desalentador. O dado mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indica que o número de desempregados no Brasil no primeiro trimestre deste ano foi de 13 milhões de pessoas, ficando estatisticamente estável tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período de 2018 – 12,3% contra 12,4% e 12,7%, respectivamente.
Essa situação crítica não ocorre apenas por aqui, e sim em grande parte do mundo. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 170 milhões de pessoas não tinham emprego no ano passado — em cada 20 indivíduos em idade produtiva —, segundo o relatório “Tendências do Emprego Global 2019”. E mais de 3,3 bilhões de pessoas empregadas no mundo em 2018 não tinham níveis adequados de segurança econômica, bem-estar material ou oportunidades para avançar.
Ainda que seja se trate de algo preocupante, não se pode deixar de pensar que crise e oportunidade andam juntas. E, em se falando de mercado de trabalho, mudanças são constantes e cada vez mais rápidas. Antes, o que se levava décadas para se transformar, agora pode se tornar obsoleto em poucos meses. Isso ocorre no mercado atual graças às novas tendências e tecnologias inseridas na vida da sociedade. Elas têm tornado possível modernizar o processo produtivo e aprimorar o trabalho de diferentes profissionais.
A energia fotovoltaica está inserida nesse contexto. O processo de conversão da luz solar em energia elétrica e a sustentabilidade inerente a ele é caminho sem volta, e que impacta de modo significativo o mercado de trabalho. Trata-se de um ciclo produtivo que envolve o desenvolvimento de tecnologia, produção dos sistemas, comercialização, logística, instalação e manutenção, numciclo contínuo de melhoria e aperfeiçoamento.
Estudos da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) mostram que, cada vez que o setor adiciona um megawatt (1 MW) no sistema elétrico nacional, 30 postos de trabalho são criados. Desde 2012, já foram mais de 90 mil empregos criados. Isso representa injeção na economia brasileira quase R$ 230 milhões, dinheiro que contribuiu para girar a roda da economia, aquecendo vendas no comércio, contratação de serviços e arrecadação para os governos federal, estaduais e municipais. E não pense que ao me referir ao setor, eu esteja sugerindo grandes organizações. Pelo contrário. O protagonista aqui é a residência, a loja comercial ou de prestação de serviço, a entidade beneficente, a propriedade rural, a indústria que instalou painéis e conversores e se transformou numa usina solar. É a inciativa e o investimento de cada um na energia fotovoltaica que ajuda a preservar o meio ambiente, reduzir a conta de luz e gerar emprego, abrangendo da melhor forma possível o conceito de sustentabilidade.
*Newton Umeno Koeke é empresário do setor de energia solar na região de Araçatuba