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O Cheiro da Retomada

Para o brasileiro, limpeza está diretamente relacionada a cheirar bem, afirmação facilmente comprovada pelo fato de sermos os campeões mundiais em banhos diários. De acordo com pesquisa da consultoria de análise de tendências Euromonitor, dados de 2015 mostram que tomamos cerca de três por dia. Apenas Colômbia, Austrália e México chegam perto. Os últimos são China, Turquia, Alemanha e Inglaterra (e a empresa que fez a pesquisa é britânica). Só que não se trata de qualquer banho: nossa paixão é uma boa ducha. A sociologia explica que herdamos este hábito de vários banhos diários dos índios, que viveram livres na exuberante natureza brasileira, com todos os rios à disposição e um clima que estimula banhar-se nas águas.

De fato, uma pessoa perfumada nos dá impressão de que pratica uma boa higiene pessoal. Por isso, o que costumamos chamar de boa aparência refere-se a limpeza. E esse hábito tem feito girar uma engrenagem importante do mercado brasileiro, a do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Após 23 anos de grande crescimento, em 2015 o setor sofreu sua primeira retração, de 8%, motivada pela recessão econômica, desemprego e a consequente insegurança do consumidor em adquirir. Mesmo assim, é a área que menos sofreu com a crise e já voltou a se recuperar logo em 2016. Dados da FecomercioSP mostram que em maio houve crescimento de 10,3% comparado ao mesmo período de 2015.

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) projeta forte crescimento até pelo menos 2020 e o sustenta com base no potencial de mercado. O Brasil é hoje o quarto maior consumidor no mundo, ficando atrás de Estados Unidos, China e Japão. E nós não deixamos de consumir esses itens, mas optamos por analisar melhor a relação custo-benefício e buscar alternativas para o que pesou no bolso. A consequência foi o aumento na competitividade, o que levou ao surgimento de novas marcas, estratégias e muita inovação. A expectativa é que voltemos para o terceiro lugar, pois tanto o setor quanto os consumidores já estão se adequando à nova situação econômica.

A maior queixa do setor é a simplificação tributária. De acordo com o Banco Mundial, as empresas brasileiras consomem em média 2038 horas por ano na administração de pagamento de impostos. Na França são 139 e nos Estados Unidos, 175. Entretanto, o presidente da Abihpec, João Carlos Basílio, disse recentemente que estamos longe desta simplificação. Para ele, o primeiro passo é estabilizar o sistema, que possui um ambiente burocrático bastante complicado (as obrigações acessórias), e só depois alterá-lo. Se a empresa não as cumpre da forma como estão o resultado é prejuízo: multa e até paralização da operação. A Receita Federal diz que trabalha num programa de diminuição da burocracia tributária utilizando o estudo do Banco Mundial.

Apesar dos desafios, é um mercado forte, competitivo, que cresce com inovação e atende expectativas do consumidor, tanto homem quanto mulher. A produção nacional é exportada para 142 países e importamos produtos de 65 países. É uma grande oferta de itens para todos os bolsos. O brasileiro tem trabalhado duro para superar a crise, e o tem feito estando perfumado.


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