O Centro Especializado em Reabilitação (CER) III Ritinha Prates incorporou, neste ano, em seus métodos de reabilitação o uso do videogame. Chamada de wiiterapia, e também conhecida como exergames, utiliza os jogos interativos na fisioterapia para corrigir postura e equilíbrio, aumentar a capacidade de locomoção, a amplitude de movimento dos membros superiores e inferiores, além de motivar o paciente.

De acordo com o coordenador do CER, Marcos Adriano Mantovan, até o momento, o método está sendo utilizado no tratamento de sete pacientes. “Trata-se de um como recurso adicional ao programa de reabilitação, que não substitui o tratamento tradicional”, explica. As sessões incluem exercícios que simulam partidas de tênis, corrida de carro, boliche, boxe e golfe. O estudante Marcos Vinicius Zuanaze, de 25 anos, de Araçatuba, por exemplo, “joga” tênis e “dirige” carros de corrida”, duas vezes por semana.

Vítima de mielomeningocele (má formação na coluna vertebral), que causou paraplegia e deformidade na coluna, Marcos é atendido no CER Ritinha Prates desde meados do ano passado. Assim que a wiiterapia passou a ser utilizada na unidade, e houve recomendação do uso pelo fisioterapeuta, ele gostou da ideia e avalia positivamente o método. “Pra mim, é uma distração. Eu não tenho videogame em casa e gostei muito da novidade. E percebo que já consigo me mexer mais os braços, por exemplo”, afirma.

O fisioterapeuta Fernando Moraes Santos, que atende Marcos, explica que, no caso desse paciente, a wiiterapia ocupa 80% do tempo das duas sessões semanais (cada uma dura 30 minutos), Os 20% restantes são preenchidos com técnicas convencionais. O profissional admite que ainda é cedo para fazer avaliações, mas se mostra otimista. “Não dá para dizer se houve ganho, mas conseguimos substituir parte do tratamento convencional por um processo lúdico, mais prazeroso para o paciente. De toda forma, os estudos indicam que a wiiterapia é eficaz, dando mais força,  equilíbrio e controle de tronco ao paciente”, diz Santos.

De comum acordo

O coordenador do CER, Marcos Adriano Mantovan, ressalta que o tratamento e os jogos utilizados são sugeridos aos pacientes, que têm a opção e recusar o método, mantendo as técnicas convencionais. “Pacientes com mais idade, por exemplo, tendem a ter mais dificuldade de adaptação ao videogame. Além disso, o paciente não pode escolher o jogo. É o profissional que apresenta as possibilidades, de acordo com a necessidade de exercício de cada um”, explica Mantovan.

A wiiterapia surgiu há cerca de 10 anos, nos Estados Unidos e há diversos estudos sobre a utilização do videogame nos tratamentos fisioterápicos, tanto de universidades americanas quanto brasileiras, publicadas em informativos especializados, que atestam sua eficiência. A literatura tem demonstrado que o uso do videogame faz com que os pacientes se esforcem para executar bem as jogadas, aumentando a força muscular. A atividade, diz, leva à melhora dos movimentos e coordenação motora, proporcionando uma reabilitação mais rápida e mesmo, divertida.

Sobre o CER III Ritinha Prates

O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializada em atendimento especializado em reabilitação, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde no território. Todo o atendimento realizado no CER é realizado de forma articulada com os outros pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde, por meio de Projeto Terapêutico Singular, cuja construção envolverá a equipe, o usuário e sua família.

O Departamento de Fisioterapia do CER III Ritinha Prates conta com cinco fisioterapeutas: Aline Kojima, Carolina Gonçalves, Fernando Moraes Santos, Marcos Adriano Mantovan e Natália Clemente Batista.

O equipamento da Associação de Amparo ao Excepcional Ritinha Prates (AAERP) é direcionado ao atendimento de pessoas com deficiências auditiva, física e visual, de qualquer os sexos e idades encaminhadas pelos serviços de saúde da região de abrangência da DRS II. O objetivo é promover o estabelecimento e cumprimento das ações voltadas à qualidade de vida desse segmento, assegurando a igualdade de oportunidades às pessoas portadoras de deficiência. A garantia deverá resultar no provimento de condições e situações capazes de conferir qualidade de vida, com a plena observância do arcabouço legal específico, como é o caso do Decreto n.º 3.298/99 e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência.