Após um longo período de mesmice e sem grandes novidades, o Centro de Araçatuba volta a chamar a atenção da população e, principalmente, de investidores, que enxergam na cidade um local promissor para novos negócios. Tanto é assim que recentemente a região central ganhou uma série de expressivos empreendimentos privados, como duas agências bancárias (Banco Safra e Caixa Econômica Federal), um centro de compras (Giga) e um hotel (Araçatuba Plaza), e vários outros estão sendo construídos, dentre eles os residenciais Vivaldi e Golden, e o edifício comercial Araçatuba Office

O poder público também tem feito obras que valorizam o centro, como o Atende Fácil, da Prefeitura de Araçatuba, e a revitalização da emblemática praça Rui Barbosa, com recapeamento das ruas em seu entorno. Vale lembrar que essas vias foram as primeiras a receber asfalto em Araçatuba e também no interior do Estado de São Paulo. Isso ocorreu em 1939, na primeira gestão do prefeito Aureliano Valadão Furquim. Justamente por isso, o primeiro apelido de Araçatuba foi “Cidade do Asfalto”. Somente décadas depois veio a alcunha de “Capital do Boi Gordo”.

Empreendedor “da terra”

Entre os maiores empreendedores que têm feito grandes investimentos na área central de Araçatuba está o engenheiro civil Luís Fernando de Arruda Ramos. Proprietário da Lomy Engenharia, uma das construtoras que mais cresce em toda a região, ele é nascido em Araçatuba e, embora tenha empreendimentos em diversos municípios, foca aqui a maior parte deles. “Tenho uma relação de afeto com Araçatuba e quero colaborar com o desenvolvimento da minha terra. Levo em conta esse componente emocional ao iniciar um projeto”, revela Luís Fernando.

Nos últimos três anos, Luís Fernando reconstruiu o antigo hotel Gaspar, que deu lugar ao moderno Araçatuba Plaza Hotel, instalou no local um restaurante aberto ao público (e não somente aos hóspedes), o Restaurante Plaza, revitalizou um dos prédios comerciais mais antigos do município, construído em 1929, preservando sua fachada, onde foi instalada uma agência Cidade dos Araçás, da Caixa Econômica Federal, e está construindo o Residencial Vivaldi, no início da rua do Fico.

O empresário comenta que, além de gerar emprego com suas empresas, também colabora vários projetos sociais na cidade, como forma de retribuir tudo o que conquistou em Araçatuba. “Também é papel do empresário devolver algo à comunidade. Em se tratando de bons projetos, que tenham boa gestão, eficiência e transparência, faço questão de colaborar”, explica.

Potencial de consumo

Com cerca de 200 mil moradores, Produto Interno Bruto (PIB) estimado em R$ 4,822 bilhões, em 2012 pelo IBGE – este é o dado mais recente divulgado pelo órgão –, e irradiando potencial econômico para pelo menos outros 42 municípios da região, Araçatuba é uma dessas cidades. A sede da nona região administrativa do Estado conta ainda com aspectos de mobilidade, e opções de lazer e entretenimento, que proporcional otimização do tempo e melhoram a qualidade de vida de quem vive nela.

Ou seja, Araçatuba é um dos muitos centros de negócios que alimentam a economia do interior do Brasil. Estudo realizado pelo Data Popular, a pedido do Sebrae, mostra que o consumo fora das capitais e regiões metropolitanas soma R$ 827 bilhões por ano, respondendo por 38% do total de compras realizadas em todo o país. De cada R$ 10,00 gastos pelos brasileiros, R$ 4,00 encorpam os caixas do comércio interiorano. A análise ainda aponta que 49% dos brasileiros moram em cidades do interior, sendo que 74% ficam concentrados em áreas urbanas.

Edifício comercial

Um dos empreendimentos que merecem destaque, que está sendo erguido no Centro de Araçatuba, é edifício comercial (Araçatuba Office), o primeiro do gênero construído na região nos últimos 15 anos. Trata-se de um prédio de 13 andares, que ocupará a área da antiga sede do Araçatuba Clube, entre as ruas Carlos Gomes e Afonso Pena. A localização, aliás, é o principal diferencial do moderno projeto assinado pelo escritório de arquitetura corporativa Athié Wohnrath. O entorno do empreendimento conta com mais de 5 mil estabelecimentos comerciais.

O Araçatuba Office tem plantas flexíveis, sendo que cada andar pode ter 10 salas de 38,83 m², uma sala de 44,82m² e outra de 46,11 m² ou mesmo um espaço único, de todas as salas somadas, com 479,23 m². Dessa forma, o empreendimento acaba sendo propício para a instalação tanto de micro e pequenas quanto de médias e até grandes empresas. O edifício contará também com salas de reunião, salas de convenção e estacionamento privativo. O empreendimento é uma iniciativa das empresas investidoras locais Vetor, de forte atuação no setor agropecuário em várias regiões do Brasil e países da América do Sul; SR Empreendimentos Imobiliários, que atua no setor agropecuário, canavieiro e imobiliário; e também da SIX, uma nova empresa local de incorporações. O edifício está sendo construído pela Conscape Construções e Engenharia.

Potencial de consumo

Um dos fatores que tem atraído a atenção dos investidores para Araçatuba é o seu potencial de consumo, que saltou de R$ 2,22 bilhões, em 2009, para R$ 4,48 bilhões, em 2015, representando um aumento de 101,8% no período, conforme pesquisa IPC Maps, realizada pela IPC Marketing Editora, empresa especializada no cálculo de índices de potencial de consumo nacional. Considerando a relação entre 2014 e 2015, o crescimento foi de 20,69%. E, em se tratando da região central da cidade, para onde convergem interesses de fornecedores e clientes, qualquer espaço para a instalação de um novo negócio é visto como uma “mina” de oportunidades.

O índice de potencial de consumo (IPC) é um indicador que atribui a cada município a participação percentual no potencial de consumo do País, utilizando metodologia com fontes de dados sobre variação de PIB (Produto Interno Bruto), renda local (IBGE e outros) e consumo baseado na faixa de renda dos chefes das famílias. IPC trabalha com precisão e consistência de dados, e com informações para apurar e obter o real poder de consumo da população.